terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A polêmica "sibutramina" e sua proibição

A Emea (agência de medicamentos da Europa) recomendou recentemente a suspensão da venda e da prescrição de remédios para emagrecer que contêm sibutramina - uma das substâncias mais usadas para emagrecimento no Brasil.

A agência se baseou em dados do estudo Scout, que avaliou 10 mil pacientes durante seis anos e apontou risco de evento cardiovascular maior entre os que usavam o remédio. A maioria dos pacientes avaliados pelo trabalho já apresentavam doença cardíaca.

O laboratório Abbott, fabricante de drogas com sibutramina (Meridia e Reductil), parou de comercializar as drogas na Europa. No Brasil, os remédios continuam disponíveis.

Aqui, o medicamento é de uso controlado, sendo vendido somente com receita médica retida. A bula aborda o risco de aumento de batimentos cardíacos e da necessidade de cautela do uso em pacientes com problemas cardiovasculares.

"A sibutramina aumenta a pressão arterial e os batimentos cardíacos. Há um maior estímulo no sistema nervoso simpático, que, quando muito ativado, pode elevar o consumo de oxigênio do coração e o risco de arritmias cardíacas", afirma o cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor do setor de lípides do InCor, em São Paulo.

Para uma grande maioria dos endocrinologistas, a suspensão não se justifica, e os pacientes que utilizam a droga com acompanhamento médico não devem suspender o uso.

Existem cerca de 20 medicamentos no país com sibutramina. Ela também pode compor fórmulas preparadas em farmácias de manipulação.

Segundo a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, o Brasil é um dos maiores consumidores de anorexígenos (classe de emagrecedores) do mundo - a sibutramina figura entre os mais vendidos no país nessa categoria.

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