
A montanha pariu um rato. E não poderia ser diferente, diante da leviandade com que se gerou mais um factóide bizarro na deprimente política contemporânea mossoroense, que vive uma espécie de "Era das Trevas".
A ideia era promover um linchamento moral e não a defesa da honra de alguém. Nem uma coisa nem outra ocorreu. Falou o bom senso. O humano.
A Câmara de Mossoró teve sessão hoje com discursos emocionais e emocionados, mas sob essência respeitosa. Em pauta, suposto preconceito pessoal do vereador Genivan Vale (PR) ao colega de Casa, Flávio Tácito (PSL). O fato (e não um "incidente") teria acontecido há poucos dias, quando ele e outros vereadores estavam em comum numa programação da Igreja Católica da cidade.
A pilhéria de um encontro social, integralmente aceita e absorvida por "Flavinho", ganhou status de insulto no círculo da imprensa azul-turquesa. Por quê? Simples.
Genivan tem incomodado muito. Parece indomável. É bem-articulado e advém de origem familiar numerosa, além de muito conceituada socialmente.
Para complicar mais ainda a vida dos detratores, ele atua em cima de argumentações técnicas, sobretudo quando fala sobre temas como saúde, gestão pública e finanças estatais.
Pensar é uma insolência, aos olhos dos donos do poder. O preço é caro.
"Embrulho"
Em plenário, o próprio Flavinho - emocionado, admitiu que não se ofendera com a brincadeira de Genivan quanto à sua sexualidade. Além de integrantes de um mesmo poder, os dois sempre tiveram relação social respeitosa e aberta fora da Câmara de Mossoró.
Flavinho reconheceu que houve superdimensionamento e distorção de uma situação banal. Não se tratou de um escárnio. A imprensa, ou parte dela, é que vendeu o caso em "embrulho" especial para imolar Genivan. Parecia ter, finalmente, encontrado um meio de "acabar" com o vereador que incomoda tanto.
O vereador governista Flavinho evitou contrariar o "laboratório de intrigas" do Palácio da Resistência, sede do governo municipal, onde normalmente é preparado um leque de fórmulas para insultar, desmoralizar e agredir quem pensa diferente. Sentira-se "exposto" pela mídia e não por Genivan. Seu algoz não fora o vereador.
- Em momento algum fiz a brincadeira com intuito preconceituoso. Fiz como sempre faço com ele e o mesmo também brinca muito conosco - afirma Genivan.
Em plenário, o vereador do PR teve gesto de grandeza, algo raro em meio ao enredo protagonizado por atitudes nanicas, "espertezas" comuns à marginália. Pediu desculpas a Flavinho, se lhe parecera ofensivo o gracejo que sempre trocavam entre si. Ele, em soluços, aceitou-as.
Os dois emocionaram-se visivelmente. Vozes travadas e faces enrugadas denunciavam a comoção. Na plateia e parte do plenário, todos pareciam entender emudecidos: a razão falará em forma de emoção.
Nota do Blog - Meu caro Genivan, prepare-se para o pior. Proteja-se e à sua família.
Vem mais por aí. Esse episodio não é exceção e, sim, prática regular.
No Palácio da Resistência, a expressão chula mais empregada em relação a você, e a mim, é o "vamos pegar". Ou seja, linguagem própria dos periféricos morais, não de um ofício meritório como a política.
Mossoró vive a "Era das Trevas" , regredindo décadas em termos de costumes políticos.
O despreparo mistura-se à arrogância e ao desatino, consorciado por uma récua de pequenos predadores, que por qualquer migalha ou a "glória" de servir ao sumo-pontífice da mediocridade, é capaz de qualquer coisa.
Mas tudo passa. Até mesmo essa patota infame.
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