quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Uniped luta para manter as portas abertas


A direção da Clínica Uniped - Pronto Atendimento Infantil de Mossoró - trabalha para evitar o fechamento. No entanto, as dificuldades referentes à falta de profissionais especializados e a ausência de investimento no setor privado têm dificultado as tentativas.

"A gente tem vivido muitas dificuldades e procurado saídas, mas a situação é difícil", diz o diretor da Uniped, o pediatra Dix-sept Rosado Sobrinho, acrescentando que o problema vem se prolongando há algum tempo. Quanto à possibilidade de fechamento da clínica, o médico menciona: "Fechar é uma possibilidade, mas não estamos trabalhando com isso".

Entre as principais dificuldades encontradas pela direção, ele cita a falta de pediatras e lembra que não há muitas perspectivas na área. O problema, como lembra o diretor da Uniped, não é recente e o fato é que não estão chegando novos pediatras na cidade. Dix-sept Rosado Sobrinho comenta que, para se formar um pediatra é necessário, pelo menos, oito anos.

Além disso, ele observa que se tem dado um enfoque maior na orientação dos profissionais para que sigam a clínica geral e ingressem no PSF ou que sejam treinados para substituírem os pediatras. Sem falar que a especialidade não tem recebido o devido mérito.

O médico comenta que discorda quando ouve comentários de que a pediatria é uma especialidade menor. Para reforçar, ele cita o trabalho no surto de dengue registrado em 2008. "Nós já salvamos muitas vidas. Não se pode diminuir a importância da pediatria", afirma.

Apesar das dificuldades, a categoria resiste. "Estamos lutando, mas as perspectivas são poucas", comenta. Outra dificuldade apontada pelo médico é o pouco investimento feito no setor privado. Ele comenta que assiste com muita tristeza o fechamento de vários hospitais da cidade e cita como exemplos o Hospital Duarte Filho, a Casa de Saúde Santa Luzia e a Unicárdio, entre outros que já fecharam suas portas. 

O pediatra diz que está ciente de que esses fechamentos não decorrem da falta de capacidade de gerenciamento. Para ele, uma prova disso é a transferência da administração da Casa de Saúde São Camilo de Lellis, que passou por várias dificuldades e hoje encontra-se sob administração do município. "A gente sabe da capacidade de administração de Milton Marques", afirma. Dix-sept Rosado Sobrinho menciona que o fechamento de tantas unidades particulares pede que o setor privado se prepare para absorver essa demanda. "A gente não quer fechar a Uniped, mas está muito difícil", ressalta o médico.

Extraído da Gazeta do Oeste

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