Cerca de 15% dos brasileiros apresentam sinais de obesidade - sendo 0,81% pacientes graves – que exigem do Sistema Único de Saúde (SUS) maior atenção e gastos anuais de quase R$ 500 milhões. Os números são da pesquisa de “Estimativa de Custos da Obesidade para o Sistema Único de Saúde do Brasil”, apresentada nesta terça-feira (19), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Na ocasião, também foi apresentada portaria do Ministério da Saúde que institui uma linha de cuidado para tratamento de obesos, entre elas a ampliação dos limites de idade para que pacientes se submetam a cirurgias bariátricas (de redução de estômago) pelo SUS. A idade mínima, que era de 18 anos, passou a ser de 16 anos, enquanto a máxima, antes de 65 anos, foi ampliada para até 110 anos.
Segundo a pesquisa de Michele Lessa, da Universidade de Brasília, ao lado das cirurgias bariátricas, também contribui para o combate à obesidade programas de estímulo à atividade física como o Academia da Saúde, no qual o Ministério da Saúde investe, neste ano, R$ 390,5 milhões, associado a ações desenvolvidas pela estratégia de Saúde da Família em conjunto com a comunidade e outros setores governamentais, como o desenvolvimento de hortas comunitárias, alterações no cardápio da alimentação escolar e campanhas de combate ao tabagismo.
De acordo com o Ministério da Saúde, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), que também desenvolvem ações coordenadas com as equipes de Saúde da Família, atendem os casos de obesidade, dispondo de 1.929 núcleos em todo o Brasil, devendo chegar a 3.258 até o fim deste ano. Os NASF contam com nutricionista (82,1%), psicólogos (85,7%) e educadores físicos (61,6%).
A pesquisa apurou que o Governo gastou em 2011 cerca de R$ 488 milhões nas intervenções médico-hospitalares de média e alta complexidade, no tratamento e cirurgias de pessoas acima dos 20 anos que apresentam obesidade e outras 26 patologias associadas, entre elas hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.
Com as mulheres obesas, os gastos foram de R$ 327,3 milhões, o dobro do custo destinado aos homens (R$ 160,7 milhões). No caso das mulheres, os principais gastos são com o tratamento de isquemias do coração, câncer de mama, insuficiência cardíaca congestiva e diabetes.
Cirurgias - Segundo o ministro Alexandre Padilha, a redução da idade mínima atendeu a um pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM). Quanto à ampliação da idade máxima, ela se ajusta à maioria das intervenções e procedimentos médicos e cirúrgicos previstos na tabela do SUS.
Com a mudança, a avaliação clínica nos jovens entre 16 e 18 anos deve incluir uma análise da idade óssea, para que seja verificada a relação risco-benefício, sob a responsabilidade de uma equipe multidisciplinar. Para os maiores de 65 anos, a avaliação é individual, feita por uma equipe multiprofissional, com a participação de dois médicos especialistas na área. Para qualquer idade, o Ministério da Saúde disponibiliza o acompanhamento psicológico pelo menos dois anos antes da cirurgia.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2003 e 2012, o número de cirurgias bariátricas evoluiu de 1.773 para 6.029, o equivalente a um crescimento de 240% no período, exigindo mais aportes de recursos públicos.
Caberá aos gestores locais organizar e implantar em sua região a Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade. Deve, ainda, organizar todos os níveis de atenção (básica, especializada ambulatorial e hospitalar) para a assistência ao paciente obeso.
Fonte: Portal Planalto
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